Tratamento dos problemas de comportamento
por Gabriel Behr
O tratamento das alterações do comportamento deve basear-se em três pilares: não-farmacológico, farmacológico e o cuidado com a sobrecarga do cuidador.
O objetivo final será sempre controlar o sintoma para manter o paciente em segurança e evitar a sobrecarga do cuidador.
Por exemplo, alguns paciente que caminham muito e que estão desorientados podem querer sair de casa ou saem a procura do seu domicilio, que eles não reconhecem mais. Muito frequente também, em casos de depressão e agressividade, o paciente não quer tomar os seus medicamentos e se alimentar, o que pode levar a piora de outras doenças clínicas e a uma confusão mental.
Tratamento não-farmacológico
Deve-se sempre avaliar se algo esta gerando a alteração do comportamento. Por exemplo, o paciente que tem dificuldades de se lembrar de informações, pode se sentir perseguido.
Como lidar com os problemas do comportamento:
- Mantenha uma rotina;
- Estabeleça contato físico quando desejado pelo paciente ou forneça espaço;
- Não discorde. Respeite os pensamento e ideias do paciente, mesmo que incorretos;
- Afaste-o do que possa estar deixando ele estressado;
- Certifique-se que ele não está com dor ou outro problema físico;
- Proponha ao paciente realizar as suas atividades preferidas;
- Sugira uma comida/música que gere conforto e traga boas lembranças;
- Fale calmamente, mas certifique-se de que você foi compreendido;
- Valide as suas razões e ofereça ajuda;
- Viaje com ele no local ou no tempo que ele estiver;
Tratamento com medicações
O uso de medicações é indicado em situações onde as medidas não-farmacológicas não foram eficientes.
Cada sintoma do comportamento tem um tipo de tratamento indicado e podemos usar diferentes classes de medicações, como os antidepressivos, os antipsicóticos, os estabilizadores do humor e os hipnóticos. Algumas vezes, a mesma medicação pode ter mais de um uso.
Deve-se estar sempre atento ao uso das medicações em idosos, pois elas podem causar efeitos colaterais. Ressalta-se que cada medicação tem um perfil de efeitos colaterais. Algumas boas práticas ajudam a diminuir o risco desses efeitos, como por exemplo:
- Usar sempre um medicamento quando tivermos uma indicação clara do seu uso;
- Cuidar quais são os outros medicamentos e as outras doenças clínicas que poderiam interferir no uso de uma determinada medicação;
- Iniciar em doses baixas, aumentar gradualmente se necessário;
- Monitorar os efeitos colaterais com um acompanhamento de profissionais da saúde;
- Retirar as medicamentos que não são mais necessários ou indicados para evitar interações medicamentosas.
Cuidado com cuidador
Os sintomas do comportamento muitas vezes geram mais perda de autonomia do paciente que sintomas cognitivos e eles são causa frequente de institucionalização dos pacientes. Deve-se estar atento à vivência subjetiva do cuidador nestas situações para evitar a sobrecarga física e emocional. Para mais informações consulte a página sobre tratamento da demência.
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