Ansiedade nos idosos
por Gabriel Behr
A ansiedade é uma doença comum em idosos. Os sintomas da ansiedade podem ser emocionais (preocupação, medo) e físicos (taquicardia, náusea, tontura). Quando um paciente tem ansiedade ele pode ser diagnosticado com diversos transtornos, como o transtorno de ansiedade generalizada, as fobias ou o transtorno de pânico.
Quais são os sintomas de ansiedade?
A ansiedade pode se manifestar de muitas formas, aqui estão os tipos de sintomas:
- Emocionais: medo, preocupação, apreensão ou sensação de perda de controle;
- Comportamentais: evitação, compulsão, agitação;
- Físicos: diarreia, náusea, tontura, coração acelerado (taquicardia), respiração acelerada.
Quais são os sintomas da ansiedade nos idosos?
A apresentação da ansiedade pode ser diferente nos idosos em relação aos adultos. Isso pode fazer com que a ansiedade seja muito menos reconhecida nos idosos.
Alguns idosos afirmam sentirem-se muito menos tristes ou ansiosos, mas manifestam esses sentimentos de outras formas, como preocupações relacionadas à saúde ou medo de adoecer e ficar incapaz. Alguns podem se preocupar em ser um peso para a família e outros tem medo de cair quando caminham, por exemplo.
Frequentemente os idosos manifestam a ansiedade relatando sintomas físicos (também chamados de sintomas somáticos) como tonturas, palpitação e falta de ar.
O que é o transtorno de ansiedade generalizada?
A ansiedade generalizada é uma das manifestaçōes mais comuns de ansiedade. Em torno de 5% das pessoas vão apresentar sintomas de ansiedade generalizada ao longo da vida.
Ela pode ser vista como preocupações excessivas e persistente, que o paciente tem dificuldade de controlar.
Esta forma de ansiedade costuma provocar dificuldade para a pessoa continuar realizando as suas atividades do dia a dia.
Estudos mostram que 25% dos idosos apresentam essa doença. Algumas pessoas vão apresentar os sintomas durante toda a vida e outras irão começar a apresentá-los quando idosos.
Os sintomas de ansiedade generalizada são:
- Ansiedade e preocupações excessivas sobre a saúde, relações com outras pessoas e eventos da vida;
- As preocupações podem ser reais, mas parecem fora de proporção;
- Pode haver antecipação, ou seja, preocupar-se antes que algo ocorra;
- Pacientes têm dificuldade em controlar as preocupações;
Também podem apresentar junto com a preocupação excessiva:
- Agitação ou sensação de nervosismo ou tensão;
- Cansaço fácil;
- Dificuldade de concentração;
- Irritabilidade;
- Tensão muscular;
- Problemas do sono.
O que é a síndrome de pânico?
O transtorno de pânico é uma manifestação muito comum da ansiedade em idosos.
Os pacientes apresentam crises de medo e/ou ansiedade que iniciam abruptamente e podem durar de alguns minutos até uma hora.
Frequentemente tem sintomas físicos associados, como falta de ar ou aperto no peito.As crises tendem a se repetir e o paciente tem medo de ter nova crise. Alguns pacientes evitam situações que possam desencadear as crises como ficar em locais fechados, por exemplo.
No diagnóstico do transtorno do pânico é muito importante descartar que o paciente não esteja apresentando outras doenças clínicas graves que compartilham uma apresentação semelhante, como arritmias cardíacas, síncope ou dor no peito do infarto do miocárdio. Também devemos investigar as vertigens, as doenças pulmonares – como doença pulmonar obstrutiva crônica, a epilepsia e as convulsões.
Qual a relação da ansiedade e da depressão em idosos?
A depressão se manifesta com tristeza, perda da energia, pensamentos negativos, culpa e também falta de interesse.
A ansiedade frequentemente está presente em um quadro de depressão em idosos. Em média, 50% dos pacientes que tem depressão também tem sintomas de ansiedade.
A ansiedade é sentida como uma preocupação constante, medo e ainda pode vir acompanhada de sintomas físicos, como tensão muscular, tremores, suores e batimentos cardíacos acelerados.
Qual a relação entre a ansiedade e a demência?
Pacientes que tem demência podem apresentar sintomas ansiosos associados com os problemas cognitivos.
Pacientes com ansiedade podem apresentar problemas cognitivos, como dificuldade de memorizar fatos recentes. Quem tem ansiedade ao longo da vida tem maior risco de desenvolver uma demência.
Ansiedade em pacientes com doenças terminais
A ansiedade ocorre em 70% dos pacientes que estão doentes. As fases finais de doenças graves, ou as chamadas doenças paliativas, são momentos em que o paciente pode se sentir mais ansioso ou deprimido. Geralmente ela se associa com o medo da morte e sofrimento.
Ansiedade e o medo de cair
A ansiedade gerada pelo medo de cair geralmente se manifesta após o idoso ter passado por uma queda traumática, especialmente naqueles que fraturam o quadril.
Outros fatores que podem piorar o medo de cair são: viver sozinho, ter problemas cognitivos e estar deprimido.
O medo de cair leva o idoso a evitar caminhar e, consequentemente, gera perda de mobilidade. E esta, por fim, pode o levar a ser institucionalizado em lares de longa permanência.
O medo de cair pode ser evitado corrigindo os problemas que estão levando à instabilidade da marcha, por exemplo:
- Melhorar a força das pernas e o equilíbrio com exercícios físicos;
- Corrigir problemas de visão;
- Tratar a ansiedade e a depressão.
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