A depressão no idoso

por Gabriel Behr

A depressão em idosos é uma doença muito comum na população e que se manifesta por diversos sintomas, como tristeza, falta de motivação, problemas de memória, dificuldade de concentração, lentificação, dor e ansiedade. A depressão em idosos aumenta o risco de uma demência.

Em média 10% da população acima dos 60 anos apresenta depressão. Em um estudo realizado na população em desvantagem socioeconômica de Porto Alegre, a depressão estava presente em 30% dos idoso

Quais são os riscos e quais são as complicações que a depressão causa?

A depressão em idosos associa-se com o aumento da mortalidade por problemas clínicos, como as doenças cardiovasculares (entre elas estão o acidente vascular isquêmico e o infarto agudo do miocárdio). A depressão na idade adulta e em idosos apresenta aumento do risco de demências, e também é um dos principais fatores de risco para o suicídio em idosos.

Qual a relação entre a demência e a depressão?

O paciente que apresenta o primeiro episódio de depressão ao longo da vida, tem maior risco de apresentar alterações de memória, da cognição ou uma demência na idade avançada.

Estudos mostram que pacientes que irão apresentar uma demência, começam a apresentar sintomas depressivos mais importantes até 11 anos antes do diagnóstico e que isso se torna ainda mais significativo no ano anterior ao diagnóstico da demência. Para mais informações consulte a página: “Doença de Alzheimer e outras demências.”

 

Problemas de saúde clínicos e depressão em idosos

Os problemas de saúde mais comuns do idoso podem agravar a depressão assim como a depressão pode agravar estes problemas. Por exemplo: a dor crônica pode predispor ao surgimento de uma depressão e em consequência disso, a depressão pode agravar a dor crônica

 

Quais são os sintomas da depressão em idosos?

O diagnóstico é feito com uma conversa com o médico que vai avaliar os sintomas mais comuns, que são:

  • Tristeza ou depressão
  • Falta de interesse ou prazer em fazer as atividades quotidianas
  • Falta de apetite e perda ou ganho de peso
  • Dificuldades para dormir ou excesso de sono
  • Agitação
  • Lentificação dos movimentos
  • Fatiga ou perda de energia
  • Culpa
  • Dificuldade para se concentrar ou para tomar decisões
  • Dificuldade para memorizar conversas, nomes ou informações a curto prazo
  • Pensamento de morte ou ideias de suicídio
  • Ansiedade
  • Irritabilidade
  • Dores

Situações especiais no diagnóstico da depressão em idosos

Em algumas situações especiais, a manifestação da depressão em idosos pode variar do que estamos acostumados. Podemos notar em alguns pacientes, por exemplo, menos tristeza e sofrimento. No mesmo contexto, alguns pacientes idosos podem apresentar como sintoma mais proeminente uma irritabilidade ou piora de sintomas físicos como a dor.

Qual a relação da ansiedade e da depressão em idosos

A ansiedade frequentemente participa de um quadro de depressão em idosos. Ele pode manifestar-se em crises (crises de pânico) ou estar presente durante toda a duração do dia. Algumas vezes ela é sentida como uma preocupação constante ou ainda vir acompanhada de sintomas físicos, como tensão muscular, tremores, suores e batimentos cardíacos acelerados.

Como é avaliada a depressão em idosos?

O médico, a partir da conversa com o paciente, vai avaliar diversas questões que são importantes, a saber:

  • Quais são os sintomas, por quanto tempo eles estiveram presentes, como eles evoluíram?
  • Existem ideias ou pensamentos de suicídio?
  • O paciente apresenta dificuldades de memória ou de cognição?
  • Qual é o histórico de outras doenças psiquiátricas?
  • O paciente usa álcool ou drogas?
  • Existe história de uma depressão ao longo da vida?

Deve-se avaliar os medicamentos que o paciente usa, porque algumas vezes, em pacientes que usam muitos remédios, os efeitos colaterais dessas medicações podem ser confundidos com sintomas de depressão.

O histórico de doenças clínicas do paciente e quais doenças ele ainda trata nos traz importantes informações para a decisão do tipo de tratamento e também ajuda nos diagnósticos diferenciais (diagnósticos que podem acompanhar ou serem confundidos com a depressão).

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